sexta-feira, 27 de agosto de 2010

NUNCA – marta nascimento -


Nunca vou ser infeliz
Chorei amargamente por isso.
Nunca trairei ninguém,
Trai a mim mesma.
Nunca terei quilos a mais,
Quase quebrei minha balança, rs!
Nunca usarei preto,
Pareço mais um urubu.
Nunca deixarei de usar o branco,
No meu vestuário apenas duas peças .
Nunca subirei num palco,
Hoje faço dele um ponto de equilíbrio.
E pensei um dia “nunca direi jamais”
E tive que ficar calada...!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

ALMA LIVRE - marta nascimento -


Tristezas não pagam dividas
E se elas tenho
Não posso aumentá-las...
Estão fora da minha bagagem
Somente alegrias
Fazem parte desta viagem.
E se quiser ficar
Dou um jeito dela afastar.
O tempo é curto
Não tenho espaço para alimentar
Quem às vezes persisti em ficar.
Volto pra mim e tem sido muito bom
Talvez pensem que seja tristeza
Mas é apenas quietude que hoje insiste
Na minha alma livre, habitar.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

MOVIMENTO - marta nascimento -


Traço metas
Ao sabor da inspiração.
Se inquieta fico
Deixo a loucura tornar-me
Apenas movimento...
O líquido que vagueia
Nas minhas veias não me corrompe,
Apenas mostra-me o caminho.
Esqueço o medo para aportar
Na linha que traço
Pois não a desejo paralela
E sim que se encontrem
Num inquieto momento de tensão
Onde o silêncio vai preencher o vazio
Que há na minha vontade
De gritar o que às vezes, calo.

domingo, 22 de agosto de 2010

IMAGEM - marta nascimento -


O caminho é árduo.
A luta diária.
O vencedor é cobrado
Pela vitória
Não pode chorar
Tem sempre que superar...
Entrega-se ao esforço
Mesmo sem compensar
Dá tudo de si
E cabisbaixo fica
Se o sucesso não alcançar...!

sábado, 21 de agosto de 2010

UM TEMPLO... - marta nascimento -


Cheiro da pele, marcas do suor
Nas paredes, nos corredores,
Tem identidade própria...
Um reflexo deixa o contorno
Dos pés descalços andando pela casa...
A magia da criação reflete-se
No jeito simples de expor seus móveis,
Espelhos, azulejos, seu quarto de dormir...
A musicalidade no ar deixa o ambiente
Caprichosamente sereno...
O verde cuidadosamente verde
Deixa claro o gosto pela terra.
A luz que invade o ambiente
Reflete seu jeito brejeiro de ser,
Meio índia, meio cabocla, meio mulata.
Seu sorriso e sua vontade de ser feliz
Externa-se através das cores escolhidas...
O gosto pelo mar e pela transparência
Reluz em cada atmosfera da sua moradia
Uma quietude infinita...
Seu linguajar cantado, típico do seu lugar
Impregna em todos os pontos da casa
E toda essa luz e energia penetrarão
Em qualquer um que por lá venha a estar...!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

AL FINAL - marta nascimento


Surge como um som
Distante e frio...
Ao sopro do vento
Dissipa-se no meio
Da noite que silencia.
Ao amanhecer, a luz
Perde calor e o brilho
Que cegava um olhar!
Al final, uma ternura se esvai.
Sem meta, sem elementos.
Sem ambição de restauro...
Qué extraño ...!

TESOURA - marta nascimento


Apara cabelos,
Corta tecido,
Corta grama,
Corta o papel,
Corta a imagem.
Se não soubermos usá-la
Cortamos também
As lembranças
E nos esquecemos de tudo...!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

NA TRILHA - marta nascimento -


Um som na trilha.
Persegue-me com zelo.
Eu sigo o tom
Que deixa um rastro.
Se há sossego,
A gente acalma...
Se há alegria,
A gente se diverte.
Se há dor, a gente chora.
Se há amor,
A gente se apaixona...

SOU LAÇO, SOU PÉTALA - marta nascimento -


Tu és miragem,
Sombra perigosa
Que ronda minha gula.
Tu és fonte de sonhos
Que me coloca a margem
De ser protagonista.
Tu és audácia
Que se instala como virose
A procura da sua vítima.
Tu és desejo...
Vício que fecunda o pólen
E transforma o encanto num jardim
E nessa peça, sou laço,
Sou pétala...!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

MARESIA - marta nascimento - (musicada)


Enquanto eu olhava o mar
Alguém de longe me avistava
E eu distraída, nem percebia...
Enquanto eu olhava o mar
A onda trazia pra mim, um amor...
E eu desatenta nem via
Enquanto eu olhava o mar
Esquecia os meus ais
Enquanto eu olhava o mar
Me perdia da dor
Enquanto eu olhava o mar
Não vi a vida passar
Enquanto eu olhava o mar
Perdi a chance de amar
Enquanto eu olhava o mar
Não entendia que aquela maresia
Era a tão sonhada fantasia
Enquanto eu olhava o mar
Perdi a sede de amar
E fiquei só, com a minha teoria.

O CÍRCULO - marta nascimento


Brotou de uma semente
Plantada com amor
Da beleza de um botão
Tornou-se flor... Bela...!
Com suas cores e nuances
Ofusca a quem nunca vinga
Suas pétalas em harmonia
Inebria a quem a fita.
E como toda flor
É amada, desejada,
Ate que um dia...
Seu caule não a sustenta mais.
A irrigação antes perfeita
Não chega até ela...
E ela murcha, perde seu visco,
E cai...
Dando espaço a outra
Tão bela, quanto ela...

Deveríamos ser como as flores, renascer todas as vezes que caímos.

ESPAÇO EM BRANCO - marta nascimento


Não faz o tipo desligada
Muito menos, a descomprometida.
Não costuma dar um passo adiante
Se existe um cabresto...
Gatesca, arrepia fácil
E não hesita em pronunciar não
Se o que quer é dizer sim...
Não trata um ano como um dia
E meia palavra supre todas as outras.
Não gosta de quem a esnoba
E sem brecha não se achega.
Não tem como interromper
Se não há fala, nem presença.
Logo, nunca sumida...!
Pensa que tudo preenche.
É boa de convivência e fala, mas
Há uma coisa que ela evita viver:
Espaços em branco que deixem lacunas...