O que seria imaginar uma cadência? Será que quando nos comprometemos com uma letra de alguém, ela surge diante da inspiração com facilidade? Nem sempre... Nos deparamos com a dúvida, pois compor uma melodia quando alguém nos pede, não é tão simples assim, pelo ao menos para mim. As pessoas têm as suas preferências e nem sempre acertamos em cheio e quando isso acontece nos enche de muito prazer e a gente fica com uma vontade danada de fazer mais, uma coceira nas suas mãos torna-se insistente e o violão por sua vez, risos, paga o pato...São muitos os momentos de prazer para quem compõe, um deles foi me atrever a musicar uma letra de alguém que nunca tinha escutado falar, pedir autorização para esse alguém e ainda por cima, além de ser autorizada, essa pessoa ainda gostar. Apossei-me da sua inspiração para tornar-me mais forte, porque muitas vezes quero escrever algo e não consigo e quando encontro alguém que pode falar por mim, isso é uma maravilha...! Foi num momento assim que me deparei com a letra do Franci Lunguinho, uma parceiro que conheci através do pensamento e hoje, temos alguns trabalhos juntos.
Falo desse momento porque acabei de receber um e-mail de um outro parceiro pernambucano , Elier Santos, pedido-me para musicar uma letra que escreveu a pouco tempo e ela encontrou-me um pouco fora da cadência. Tentando me encontrar com os ritmos e os compassos, deixei que aquelas palavras me invadissem e quando dei por mim, lá estava eu, novamente criando... Que sensação boa saber que é perceber que ainda posso...!
Quando penso que a inspiração foi por água abaixo, ela vem devagar e faceira, sem pressa e sem enfeites, surge pura e a gente cria... Agradeço a Deus esse dom e ao dom de que escreve e que me quer como parceira.
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